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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Nossa Senhora da Guia

Da casa dos meus Avós era visível a colina da Guia, encimada pelo Farol com o mesmo nome, considerado o mais antigo do Extremo-Oriente. Rodeado por uma Fortaleza, sob cuja protecção se erigiu uma capela votiva a Nossa Senhora da Guia.
Quando era miúdo, era para lá que os nossos olhares se dirigiam quando os tufões ameaçavam, já que era onde se erguia uma estrutura que içava os sinais visuais da intensidade dos mesmos.
Contava Avó-Má que durante a dominação espanhola, os Holandeses tentaram tomar a cidade de assalto. A estátua da Senhora da Guia teria saído da sua capela e, abrindo o seu manto, teria protegido a cidade das balas inimigas. Decorria o ano de 1622.
Mas a lenda ganhou mais crédito no segundo quartel de século XX. O cimo da Colina da Guia era uma zona militar, rodeada de arame farpado. Perfurada de túneis estratégicos, albergava também um paiol de munições militares. Certo dia o paiol rebentou, ameaçando a cidade à sua volta com as suas explosões. Minha Mãe já era nascida e contava que se lembrava muito bem. Pois, mais uma vez a Senhora da Guia deixou a sua capela para, com o seu manto, proteger Macau dos rebentamentos. Curiosamente, as pretensas testemunhas oculares, na maioria da população chinesa, não cristã, falavam de uma senhora com um manto azul e braços abertos.
Segundo sei, actualmente a Guia é uma das zonas turísticas mais visitadas de Macau, integrando o complexo do Património Mundial da Humanidade.

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