Quando era miúdo, assisti várias vezes à Dança do Dragão. Esta, era executada tradicionalmente no Ano Novo Chinês e no Novo Ano Lunar.
As primeiras referências surgem por volta de 200 a 220 da nossa era.
Considerado um animal sagrado, a sua presença trazia sorte e felicidade.
Era executada por troupes, normalmente com elementos de escolas de artes marciais.
Quanto maior fosse o Dragão, mais sorte trazia. Os movimentos obedeciam a uma coreografia pré-determinada, que variava ao longo da prestação. À frente da cabeça do Dragão, nunca a mais de um metro de distância, seguia um elemento, normalmente o mais respeitado da escola, transportando uma bola, que supostamente era perseguida pelo Dragão, simbolizando a Sabedoria, a Vitalidade, a Riqueza, a Vida. Era este elemento que ordenava as mudanças de coreografia. Os passos e os movimentos eram marcados pela percussão de tambores. O ambiente era sempre de muita cor e movimento, já que o Dragão nunca pode ficar parado.
A Dança do Dragão era também utilizada para inaugurações (para dar sorte…). Nestas ocasiões, era costume colocar-se um envelope vermelho pendurado de um pau a uma determinada altura, com uma quantia de dinheiro que deveria ser “comido” pelo Dragão, após muitos avanços e recuos. É evidente que, quanto maior fosse a quantia oferecida, mais alto estava o envelope. Por vezes, ultrapassava o 1º ou o 2º andar. Nestas situações, os manobradores do Dragão, tinham que socorrer-se de outros colegas da escola para formarem uma pirâmide humana e por vezes subiam através de varas de bambu para alcançarem o envelope.
Quando alcançavam o objectivo eram aplaudidos com muito entusiasmo e queimados milhares de “panchões”, ficando o ar saturado de cheiro a pólvora e o chão coberto de resíduos.
Gosto muito da dança do dragão. Da música, da dança, da habilidade e da destreza física dos rapazes que o movem.
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