A minha Tribo aumentou. Acrescentei mais um nome à minha Árvore Genealógica: a minha filha mais velha entendeu que era chegado o momento de bater as asas e nidificar com o seu Companheiro para outra freguesia...
Antigamente essa saída fazia-se pelo casamento. Hoje os tempos são outros. Com alguma nostalgia vejo-a partir, mas por outro lado sinto-me confortado do facto de ser o seu desejo e, abusando do lugar comum, em vez de perder uma filha ganhei um filho.
Os meus Avós casaram pela Igreja Católica, numa cerimónia canónica tradicional. No entanto, nessa altura, em Macau, os Chineses ainda celebravam os esponsais segundo um ritual complicado, que segundo Avó-Má contava, começava logo no nascimento dos futuros noivos, quando o casamento era combinado.
No dia aprazado, depois de muito consultar os oráculos para obter as boas graças do deuses, a noiva chegava, de cara coberta, à casa dos pais do noivo, onde passaria a viver, numa cadeirinha transportada aos ombros por homens.
O noivo recebia-a à entrada. A transposição da soleira da porta era feita às costas de uma velha (...). Esse momento era marcado com uma simbólica paulada pelo noivo na cabeça da noiva, como sinal de supremacia e autoridade do primeiro e de obediência e submissão desta última. Mais recentemente, a paulada foi substituída por um toque com um leque de penas. Mas essa "modernice" não era bem vista pelos mais ortodoxos que a consideravam um sinal de fraqueza.
A partir daí a nubente passava a obedecer, hierarquicamente, à sogra, depois, às cunhadas, mulheres dos irmãos mais velhos do marido, se fosse o caso. A família da noiva deixava de existir.
(fotos da net)
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