Este Blog não adere ao Novo Acordo Ortográfico

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Chinesices... ou nem tanto

Falemos hoje de nomes. Em Chinês (no caso, o Cantonense, o dialecto mais falado no Sul da China), claro.
A língua chinesa é monossilábica;  quando se transfere para o Português, não há propriamente uma tradução mas apenas a utilização do som mais aproximado das sílabas que utilizamos.
Por exemplo, os nomes de ruas de toponímia portuguesa: os meus Avós viviam na Rua Francisco Xavier Pereira. Quem quisesse lá chegar e não soubesse, teria de perguntar por “Pe Lei La Kai”, sendo que Kai significa, caminho, rua. Simples? Como os chineses normalmente têm dificuldade em pronunciar os “R”, substitui-se o “R” pelo “L” e está feito. Já perceberam que falamos da “Rua do Pereira”
Mas há situações mais complexas e caricatas: A Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida deu algo como Fei-Lei-La A-Mei-Ta Tai Ma Lou (“Tai Ma Lou” significa grande caminho para cavalos, ou seja, avenida).
O caricato nisto é que os sons utilizados têm um significado, cuja tradução é o seguinte: Fei – gordo; Lei – interesse; La – (sem tradução, é uma partícula que se usa apenas para dar ênfase…); A – feio; Mei – bonita; Ta – bater. Muito esclarecedor… Certo?
Se gostaram, vai outro exemplo: a Rua Afonso de Albuquerque é representada em Chinês pelos seguintes sons: A-Fong-Sou A-Pou-Ké-Kei Kai; traduzindo: A – feio; Fong – abundância; Sou – sementes; A – feio; Pou – pano; – partícula final (sem tradução); Kei – alicerce; Kai – rua.
O que houve foi apenas a reprodução dos sons e mais nada.
Vamos ficar hoje por aqui.
Como última curiosidade, a gravura apresentada, cujos caracteres foram desenhados no Pavilhão de Macau na Expo 98, representa, supostamente, o meu nome “Reinaldo”.
Não tive coragem para pedir que me traduzissem os respectivos caracteres.

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