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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Cattering e Take Away..."

Há 50 anos, em Portugal nem se sonhava ainda com a ASAE, os dias e as noites de Macau eram alegrados pela variedade de pregões dos vendedores ambulantes, que sazonalmente, faziam chegar ao consumidor esfomeado os mais diversos comestíveis.

Nas ruas, em tendas fixas, era o pato assado, a carne de porco assada, o leitão assado, doce, picante, agri-doce; em grandes woks, envoltos em cheiro de açúcar caramelizado, castanhas eram assadas no meio de gravilha aquecida ao rubro; canja de galinha fervente, acompanhada de uma espécie de fartura, faziam um pequeno-almoço de grande procura; sopa de fitas de massa fresca com cebolinho e molho de soja (sempre presente); pasteis de massa de arroz recheados com um cubinho de açúcar mascavado satisfaziam os mais gulosos. As lulas fritas, espetadas num pauzinho e temperadas com molho de piri-piri ou molho inglês ou mostarda, faziam as delícias das noites de verão à beira-mar. O grande problema era a escolha.

Mesmo sem se deslocar, era possível satisfazer os estômagos, através dos vendedores ambulantes, que transportavam tudo aos ombros, nas extremidades de um pau: pão fresco em tambores de lata forrada com tecido branco; caril de carne e arroz branco, quentinhos; sopa de massa chinesa e respectivo acompanhamento, feito na hora, à nossa frente; gelatinas diversas fresquinhas, os gelados, naturalmente…

Dizem-me (quem lá esteve há pouco tempo) que as coisas estão diferentes. Para melhor, espero eu.

Tal como as nossas bolas de Berlim nas praias, nunca ouvi falar de alguém incomodado pelas salmonelas. A higiene podia ser duvidosa… mas lá que sabia bem… era barato e a qualquer hora.

Foto 1 - Em tendas fixas em plena via pública, pode-se comer de tudo.
Foto 2 - Moderno vendedor de castanhas assadas.


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