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sábado, 21 de novembro de 2009

A Professora que mais me marcou



Chamava-se Beatriz Abegão Pinto. Recordo-a com a saudade e o carinho que se tem por aqueles que gostamos verdadeiramente, sem lamechice nem necessidade de grandes demonstrações.
Eu era finalista no Liceu Nacional de Santarém nos finais dos Anos 60 e vivia intensamente o fulgor da irreverência juvenil desses tempos que estavam a mudar. Ela era a nossa Professora de Filosofia. Alentejana, filha de boas famílias, trintona e solteira. Uma história de decisões e emancipação difíceis contada em primeira pessoa, que sensibilizou toda uma turma. Foi a única Professora que tive, que quando falava, o silêncio surgia naturalmente, sem medos.

Nunca mais esqueci as aulas suplementares que deu, voluntariamente, fora dos muros do Liceu, no relvado do miradouro, qual Sócrates (o Filósofo, nada de confusões...) rodeado de discípulos sentados à volta. Bebíamos-lhe cada palavra, cada frase. Discutíamos! Aprendíamos a gostar de Filosofia. Não fui grande aluno nessa disciplina. Terminei com 14 valores no exame. Nem sequer é a minha área. Sou Professor de Educação Física. Mas, nas minhas relações com os meus alunos, tenho procurado pautar-me sempre, pela mesma humanidade, naturalidade e simplicidade que punha em cada gesto e em cada palavra.

Onde quer que esteja, Colega Professora Beatriz Abegão Pinto, pode estar orgulhosa deste Aluno que teve nos idos Anos 60 no Liceu Nacional de Santarém. Bem haja.

Reinaldo de Jesus Rodrigues Amarante Tentado

1 comentário:

  1. A Professora Beatriz Abegão Pinto, faleceu em Coimbra no final de 2015. Contava 85 anos

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