Alguns elegem os livros da sua vida, outros, os filmes. Hoje, quero falar-vos das "Mulheres da Minha Vida".
A primeira, a que conheci ainda antes de a ver: minha Mãe. A que me gerou no ventre e me acompanhou nos primeiros anos de vida. Quarta, numa lista de oito irmãos, foi sempre a Maria-Rapaz da família. Mais depressa pegava num martelo e numa chave de fendas para consertar algo, do que punha os pés na cozinha. Era a preferida do meu Avô ("Avô-Pá"...). Não passou do 4º ano comercial, "... a cabeça não dava..." dizia muitas vezes, mas as razões iam muito para além dessas, como iremos ver mais tarde.
A segunda, Avó-Má, minha Avó, de quem já falei e estará presente em muito do que vier a escrever.
A terceira, a minha Mulher, o meu primeiro e único verdadeiro Amor. Minha Companheira de mais de trinta anos, com quem casei duas vezes... com um intervalo de vinte anos. Primeiro civilmente, depois, pela Igreja Católica.
Finalmente, as nossas duas Filhas, que nasceram por nossa vontade, com uma diferença de seis anos. A mais velha é nossa Colega. Licenciou-se em Geografia e Planeamento Regional e fez uma Pós-Licenciatura na Via de Ensino. Gosta do que faz e tanto quanto me apercebo tem demonstrado ser boa na sua profissão. Um pouco conservadora, gosta da estabilidade. Será o natural repositório das nossas memórias. Relativamente à irmã, assume um pouco o papel de irmã mais velha protectora, tipo mãe-galinha. A mais nova, frequenta o 3º ano de Ciências Farmacêuticas, com a Medicina atravessada na garganta, embora aparente mais conformada. Quem não a conhece, não vê a voluntariosa e aventureira, que, ao contrário da irmã mais velha, alimenta-se de adrenalina, do desconhecido, da novidade. Se pudesse, a vida para ela seria um permanente ilinx ("vertigem", Caillois, 1958).
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