Se bem me lembro, Avó-Má não nadava. Sem saber, o meu Avô levava muito a sério a máxima grega da antiguidade que dizia " Aquela pessoa não tem educação, não sabe ler, nem escrever, NEM NADAR...".
Todos os meus tios e tias nadavam, uns mais outros menos. A minha Mãe, a Maria-Rapaz da Família, entre outras actividades físicas treinava Natação com regularidade. Competia em provas de resistência com resultados satisfatórios. Certa vez, meteu-se-lhe na cabeça participar numa prova de mar, ligando Macau às Ilhas de Taipa e Coloane. Era a primeira vez que se realizava. Orientada pelo seu treinador de sempre, o famoso ADÉ (o multifacetado José dos Santos Ferreira), treinou durante meses, com o treinador num barco a acompanhar de megafone na mão, a dar instruções. Tanto quanto se sabia, até porque havia outras pessoas interessadas na prova, esperava uma boa prestação, pelos tempos conseguidos. Com o aproximar do evento, até se tinha criado um certo clima de favoritismo. Uma das suas adversárias mais directas até lhe pediu que não participasse porque, se assim fosse, ela não tinha possibilidades de vencer...
Ficaram os efeitos dos dias de treino intenso e uns genes que se transmitiram à nossa filha mais nova, que durante anos foi nadadora federada (especialista em Bruços como a Avó) e cujas melhores prestações foram sempre em provas mais longas tendo, também, participado numas quantas provas de águas abertas (travessias de barragens) que teriam feito "inchar" de orgulho a minha Mãe, se ainda estivesse viva ...
Foto: Ana Amarante na chegada de mais uma Travessia
Sem comentários:
Enviar um comentário