A minha Avó Materna gostava de cantar e, pelos vistos, fazia-o bem. Meu pai biológico era músico profissional. O marido da minha Tia Branca também. Aliás, a filha mais velha de ambos teve uma carreira de solista com algum êxito, cantando nas mais frequentadas salas com as mais populares orquestras da região (ver recorte de jornal).
Nos anos 60, primos meus tiveram os seus conjuntos, com o meu Primo Nado a alcançar alguma notoriedade quando venceu dois festivais de música moderna em Macau em anos consecutivos.
Nos finais dos anos 60 e inícios de 70 ainda integrei, como vocalista, o conjunto Os Fluviais, da Moita do Norte.
As minhas filhas são melómanas, a mais velha até demonstrou alguma aptidão para instrumentista (flauta de bisel).
Curiosamente, na casa dos meus Avós, um imponente piano de cauda, não inspirou ninguém na sua utilização. Quando o conheci, servia para tudo, desde sentarem ou comerem em cima, dormir a sesta (muito disputado pela sua frescura…), até mudar as fraldas às criancinhas. No seu interior, era possível encontrar objectos dos mais díspares, tais como escovas e ganchos de cabelo, moedas, brincos e brinquedos, bocados de pão bolorento…
Mas eram muito famosos os bailes na casa dos Amarante, no imponente salão sustentado por duas colunas. Nessas alturas, havia sempre quem soubesse dar uso a tão nobre instrumento. Dum lado, uma mesa posta a preceito com as bebidas e as comidas, retemperava as forças dos dançarinos, que do outro, deslizavam num chão prateado de pó de ostras ao som das músicas da época.
Nota: Na fotografia, atrás dos meus Avós, pode-se ver o "célebre" piano de cauda...
Nota: Na fotografia, atrás dos meus Avós, pode-se ver o "célebre" piano de cauda...
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