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domingo, 26 de setembro de 2010

A pirataria nos mares da China

É um título muito pomposo para aquilo que vou contar, mas de momento, não me lembrei de outro.
Actualmente quem chega a Macau e vem por via aérea, tem um aeroporto moderno à disposição ou  se vem de Hong Kong, por via marítima, tem os "overcrafts" com todas as mordomias.
Mas nem sempre foi assim. Lembro-me de Avó-Má falar de hidroviões, mas não sei se seriam para transporte comercial. De qualquer modo, durante a 2ª Guerra, as instalações de apoio foram bombardeadas pelas forças aliadas, num gesto inconsequente e sem razão, que já referi noutra ocasião, pelo que já não me lembro de ver aviões em Macau, a não ser no cinema…
De resto, conta-nos a nossa História que Macau surgiu de um episódio que metia piratas que infestavam a zona e que os Portugueses de antanho teriam desbaratado, tendo o território sido cedido como recompensa por esse feito.
Nos anos 50 as ligações de Macau para o exterior ainda passavam por Hong Kong, onde se ia por via marítima, mais propriamente, por uns "ferry-boats" manhosos, onde os mais abonados tinham direito a um camarote mal amanhado mas o “povo” amontoava-se no porão em beliches a lembrarem as enormes camaratas militares, já que a viagem durava uma noite. Eu nunca fiz essa viagem, mas imagino os cheiros das pessoas, do ruídos das conversas, as pessoas a ressonarem, a fumarem e outras a vomitarem com o enjoo.
Voltando atrás, nos anos 40, essas viagens eram autênticas aventuras que pediam meças com as dos nossos antepassados marinheiros.A minha Mãe contava que, nessa altura, ir a Hong Kong ou a Cantão de barco, podia ser altamente perigoso. Não raras vezes eram assaltados em pleno mar por piratas chineses e malaios, que, aproveitando-se da noite e da natural diminuição de patrulhamento das respectivas autoridades, actuavam impunemente. E nem sempre se ficava pelo roubo apenas.
A minha Mãe nunca teve essa experiência, mas contava que, muitas vezes, principalmente entre Honk Kong e Cantão, o barco em que seguia, tinha de navegar com as luzes apagadas e nos conveses andavam homens armados em ronda constante para qualquer eventualidade. Uma espécie de filme em 3D em tempo real...

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